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Eliane Cantanhêde: A pedra no caminho

O mundo político e privado começa a assimilar Rodrigo Maia como natural

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h49 - Publicado em 11 jul 2017, 07h33

Publicado no Estadão

Antes de embarcar para a reunião do G-20 em Hamburgo, o presidente Michel Temer deixou uma mensagem nas redes sociais lamentando as “pedras no caminho”. São muitas pedras, verdadeiros pedregulhos, mas o principal deles tem nome e endereço: Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados e na linha direta da sucessão presidencial.

Como dito aqui desde a “bomba” Joesley Batista, presidentes não caem enquanto não há um sucessor engatilhado. Foi assim com Fernando Collor e com Dilma Rousseff e está sendo assim com Temer, que vem resistindo bravamente, mas começa a enfrentar uma sensação que vai se generalizando: a de que Rodrigo Maia está se posicionando para “eventualidades”.

Maia é considerado jovem demais, inexperiente e inadequado para um desafio tão hercúleo, mas é favorecido por uma equação simples: se Temer cai, é o presidente da Câmara quem assume e convoca uma eleição indireta (pelo Congresso), para a qual não apareceu nenhum candidato natural ou ao menos consensual. Logo, ele próprio, Maia, se transforma no nome à disposição.

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Registre-se que Maia vinha sendo um fiel escudeiro de Temer no Congresso, participando de reuniões no Planalto, no Jaburu e no Alvorada e articulando apoios para as votações de governo. Subitamente, ele pisou no freio, sumiu dos palácios e até viajou para a Argentina ontem, escapulindo de substituir Temer durante a viagem dele ao G-20.

Nada é por acaso, muito menos num momento tão dramático. O deputado está se preservando para quando o carnaval chegar, ou para quando, e se, Temer cair. Ele não faz isso por ansiedade para assumir a Presidência, mas porque vem sendo alertado por amigos, correligionários e agentes econômicos de que, querendo ou não, o cargo pode cair na sua cabeça – se “as pedras no caminho” caírem na cabeça de Temer.

Essa possibilidade cresce a cada dia e Temer tem alternado perplexidade, irritação e mágoa com os múltiplos adversários (inclusive a mídia), sem um minuto de sossego. Mesmo na quarta-feira, quando o advogado Antônio Mariz apresentava sua defesa à CCJ da Câmara, as pedras continuavam rolando no caminho do presidente em forma de delações premiadas que podem se revelar fulminantes.

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Lúcio Funaro, “operador” do PMDB, foi transferido da Papuda para a PF em Brasília. Eduardo Cunha deu uma guinada e passou a acenar com sua delação, enquanto MP e Justiça também davam uma guinada no mesmo sentido: se antes não se interessavam, agora passaram a gostar da ideia de ouvir o que ele tem a dizer. Geddel Vieira Lima e Henrique Alves estão presos. Rocha Loures ostenta uma tornozeleira. São, realmente, muitas “pedras” no caminho de Temer.

Enquanto isso, a PGR e a PF investem contra o “PMDB da Câmara”. A PF pede a inclusão de Temer nesse inquérito e o procurador-geral Rodrigo Janot trabalha em duas novas denúncias contra ele, uma delas por organização criminosa, justamente por causa do tal “PMDB da Câmara”.

O torniquete se fecha em torno de Temer e o mundo político e privado passa a assimilar com naturalidade crescente o nome de Rodrigo Maia para o Planalto. Os tucanos, que foram decisivos para levar Temer à Presidência com o impeachment de Dilma, passam a ser decisivos agora para apeá-lo do poder. Em nome da governabilidade, o presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, atira Temer ao mar e defende Maia para “a travessia”.

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O que ninguém está percebendo, porém, é que a troca de Temer por Maia não assegura tranquilidade, nem aprovação das reformas, nem recuperação da economia. E quem lucra com o esfarelamento do governo? Lula, o PT e Bolsonaro. Basta olhar a curva das pesquisas. Se Temer cair, ele vai, mas a crise fica.

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