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Editorial do Estadão: Os novos pobres de Lula

A tal revolução social de Lula não foi além do paliativo – só importante enquanto tal – do Bolsa Família

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 21h01 - Publicado em 18 fev 2017, 14h44

Os dados de um estudo do Banco Mundial sobre o aumento do número de pobres no Brasil e do Ministério do Desenvolvimento Social sobre o número crescente de pessoas que estão voltando ao Bolsa Família, desde 2012, mostrados em reportagens do jornal O Globo, expõem mais uma vez, agora de forma dramática, os conhecidos limites das políticas populistas, como as executadas pelos governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff. E demonstram o tamanho da mistificação e da demagogia da “transformação social” que eles teriam operado no Brasil com aquele programa.

Deverá aumentar entre 2,5 milhões e 3,6 milhões – de acordo com as previsões otimista e pessimista – o número de pobres em 2017, segundo o Banco Mundial. O total de pobres chegará a 19,8 milhões, dos quais 8,5 milhões em estado de extrema pobreza, num cenário otimista de crescimento econômico. No cenário pessimista, os números serão respectivamente 20,9 milhões e 9,4 milhões. Mesmo no melhor dos casos, a situação é ruim.

Quanto ao perfil desses novos pobres, assim chamados pelo estudo, são em sua imensa maioria – nove em cada dez – de moradores da área urbana. São chefes de família com idade média de 37,9 anos; 33,5% são brancos; 38,2% com estudos ao menos até o ensino médio; 39,7% da Região Sudeste e 35,2% da Região Nordeste; e 58,8% trabalhavam até 2015 na área de serviços. Segundo Martin Raiser, diretor do Banco Mundial, o lado positivo da situação – se se pode dizer assim – é que, como mostram os números, os novos pobres são pessoas jovens, com bom nível de educação e de regiões urbanas, características que devem facilitar sua reinserção no mercado de trabalho, com a retomada da economia.

Raiser assinala – e esse é um dado a ser ressaltado – que “é importante fazer ajuste fiscal, que vem de uma avaliação de todas as despesas públicas para ver onde há ganhos de eficiência, privilégios e, nesse sentido, temos feito um diagnóstico mostrando que o País pode fazer ajuste fiscal sem cortar despesas sociais”. Até agora o governo vem mantendo esse equilíbrio que ele recomenda.

Os milhões de novos pobres, que são produto do desastre econômico dos governos petistas, que deixou um legado de desempregados que já somam mais de 12 milhões, só poderia levar a um aumento da procura pelo Bolsa Família. Dados do Ministério do Desenvolvimento Social mostram que só no ano passado voltaram a ele 519.568 das famílias que haviam deixado aquele programa até 2011. Mas essa volta começou bem antes: 164.973 em 2012; 186.761 em 2013; 104.704 em 2014. Em 2015, houve um grande salto, com 423.668.

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Nada disso tem a ver, portanto, com o atual governo, como alega demagogicamente o lulopetismo – frustrado por ter sido obrigado a deixar o poder –, que o acusa de desmonte social, quando na verdade quer apenas, malandramente, atribuir a ele o desastre que promoveu. Tanto o setor social não foi prejudicado até agora que em 2016 foram habilitadas a receber o benefício do Bolsa Família, em média, 141 mil famílias, vítimas do descalabro petista, contra a média mensal de 105 mil em 2015.

O prof. Elimar Nascimento, da Universidade de Brasília, especialista em políticas públicas, lembra que, “nos últimos dois anos de recessão, o desemprego explica por que as pessoas estão voltando ao Bolsa Família, que é um paliativo, não resolve o problema da pobreza. Só com a retomada do crescimento esse movimento pode ser superado, não existe mágica a ser feita”. E para o crescimento voltar, acrescente-se, é preciso acabar com a bagunça fiscal petista.

O que o lulopetismo deixou como herança são os novos pobres, não a alardeada retirada de milhões de brasileiros da pobreza e a criação de uma nova classe média. A tal revolução social de Lula não foi além do paliativo – só importante enquanto tal – do Bolsa Família. Este, como todo programa populista, só dura enquanto pode durar a gastança irresponsável, sem respaldo na economia. Depois, acaba a mágica e é preciso pagar a conta.

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