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Editorial do Estadão: Lula volta a ser ‘o cara’

Tudo indica que Lula da Silva conseguiu finalmente subjugar sua criatura e assumir o comando político do governo. Não chega a surpreender, diante da mais do que comprovada incompetência política de Dilma Rousseff, que vinha comprometendo o futuro de seu frustrado preceptor e do PT. Assim, volta ao proscênio da política nacional o maior responsável […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 00h23 - Publicado em 2 out 2015, 12h57

Tudo indica que Lula da Silva conseguiu finalmente subjugar sua criatura e assumir o comando político do governo. Não chega a surpreender, diante da mais do que comprovada incompetência política de Dilma Rousseff, que vinha comprometendo o futuro de seu frustrado preceptor e do PT. Assim, volta ao proscênio da política nacional o maior responsável pela crise política, econômica e moral que infelicita o País.

Quanto mais em evidência estiver, tanto mais serão cobradas de Lula explicações sobre seu papel no mar de lama que inundou a administração pública federal sob seu comando direto e, depois, sob o desgoverno do poste que inventou para, deliberadamente, desmoralizar as instituições e o regime. A notícia revelada ontem com exclusividade pelo Estado, de que o governo Lula estaria envolvido num cabuloso esquema de lobby para favorecer a indústria automobilística com a edição, em 2009, de MP que prorrogou o desconto do IPI sobre veículos, é apenas mais um elemento a fortalecer a evidência de que o então presidente da República, a exemplo de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, tem explicações a dar à Justiça e ao País. Até porque aponta um dedo acusador para Lula a recomendação de que quem enriquece na política deve ser observado sempre com alguma desconfiança.

A partir de agora Lula deixa de ser apenas um líder partidário generosamente determinado a dar sua contribuição para tirar o Brasil do buraco para se tornar o protagonista da ação governamental. Ninguém mais se dará ao trabalho de cobrar soluções para a crise de uma presidente da República que foi forçada a abdicar de seu poder político, que transferiu em comodato. Agora mandam Lula e as raposas peludas do PMDB, por intermédio de homens de confiança colocados em postos-chave do governo. É claro que, por uma questão até de bons modos, a Dilma será sempre oferecida a opção de concordar com as medidas adotadas pelo governo que ela não pode mais chamar de seu. E o que isso significa?

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A julgar pelo que o dono do PT tem dito a interlocutores e proclamado ao distinto público, é preciso impor rapidamente uma “agenda positiva” para o governo, o que significa, na linguagem lulopetista, dizer coisas que as pessoas gostam de ouvir. Lula deve continuar imaginando que o brasileiro é idiota. Como ainda não inventou nada de novo e interessante para anunciar, gastou todo o tempo de uma inserção publicitária do PT na TV dias atrás jactando-se de ter tirado o Brasil do “mapa da miséria da ONU”, de ter promovido à classe média “mais de 40 milhões de brasileiros” e criado fantásticos programas sociais. O que havia de verdade em toda essa jactância populista está se dissipando com a crise, pois o que Lula e Dilma fizeram foi assistencialismo elementar, sem as medidas adicionais que de fato promovem a ascensão social. Um discurso populista requentado não renderá aplausos.

Pior é o fato de que, para manter coerência com a determinação de criar uma “agenda positiva”, será necessário reduzir ao mínimo as medidas de austeridade do ajuste fiscal, quase todas elas impopulares. Isso acabará inviabilizando o ajuste, que é precondição para a adoção de qualquer medida eficaz para a retomada do crescimento econômico. Pois o que o chefão do PT está propondo é a pura e simples repetição da “nova matriz econômica” que funcionou enquanto o Brasil surfava nas águas tranquilas da bonança econômica mundial. Uma fórmula cuja overdose acabou resultando na crise que colocou a economia brasileira na beira do precipício.

O estado atual da economia não permite que o “novo governo” vá simplesmente empurrando a situação com a barriga. Diante da enorme incoerência representada pela promessa de conciliar o inconciliável, a pergunta inevitável é a seguinte: afinal, o que Lula tem de fato em mente? Agravar um impasse que, no limite, o libere para chutar o balde, botar toda a culpa em Dilma e no PMDB e virar oposição? É razoável supor que ele tenha fortes razões pessoais para obter as imunidades que imagina devidas a um salvador da Pátria. De quebra, presidiria o País, de novo, a partir de 2018. Que os céus nos protejam!

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