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Doria vai reinar no deserto expandido pela Lava Jato

Prefeito de São Paulo não tem motivos para perder o sono com o tsunami que devasta Brasília

Por Augusto Nunes Atualizado em 12 abr 2017, 13h35 - Publicado em 11 abr 2017, 22h47

Na terça-feira em que virtualmente todas as estrelas da política começaram a perder a luminosidade, apagaram-se de vez ou se tornaram cadentes, a única a seguir brilhando com especial intensidade foi a caçula da constelação. A bordo do avião que o levava para a Coreia do Sul, o prefeito João Doria Jr. não tinha motivos para perder o sono com o avanço da Lava Jato ou com a delação da Odebrecht, nem com as explosões decorrentes da lista do ministro Edson Fachin, muito menos com os estragos causados pela epidemia do caixa 2. Doria só não dormiu direito caso tenha cedido à excitação provocada pela suspeita de que o caminho que leva ao coração do poder ficou bem mais curto.

A delação do fim do mundo efetivamente condenou à morte uma era da história política destes trêfegos trópicos, sobretudo por ter interditado as estradas, sinuosas e repletas de desvios, percorridas nas últimas décadas por figurões de todos os partidos. O Brasil redesenhado pela Lava Jato vai-se mostrando incapaz de engolir o que antes descia sem engasgos pela garganta complacente. Os que agora estão marcados pelo estigma da corrupção deveriam desde já procurar outro ofício. Alguns talvez até consigam continuar pendurados no Congresso. Mas nenhum dos alcançados pelo anátema chegará à Presidência da República. Lula, Aécio Neves, Geraldo Alckmin, José Serra ─ todos acabarão tragados pelo tsunami que apenas começou.

Quem sobrará na vastidão despovoada de gente confiável, de cidadãos honrados, de políticos minimamente interessados nos milhões de brasileiros fartos de cinismo e exaustos do exercício da esperança como profissão? A contemplação da terra devastada informa que pouquíssimos morubixabas escaparão de perdas e danos de bom tamanho. Um deles é certamente o prefeito de São Paulo, e ninguém parece em situação tão confortável. Ele acabou de chegar ao mundo em decomposição. Não tem culpas a expiar, pecados a purgar, explicações a oferecer. Doria conhecerá uma esplêndida solidão no deserto de homens e ideias.

Neste outono de 2017, o destino ofereceu a João Doria o melhor dos mundos: para tornar-se candidato a qualquer coisa, nem precisa declarar-se candidato. Basta seguir administrando São Paulo com a competência demonstrada nos 100 primeiros dias de mandato – recompensada com o recorde de aprovação que tão cedo não será batido. Doria está liminarmente dispensado de enfrentar eleições prévias, contornar antagonismos partidários, sujeitar-se a ciumeiras internas; nada disso. Com o sumiço dos concorrentes, é o protagonista que restou. Pode escolher o papel que lhe convier. Tem tudo para fazer bonito no papel de mocinho.

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