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Deixa Falar, a primeira escola de samba do Rio de Janeiro

Felipe Moraes “Na rua, abria o desfile o símbolo do bloco: um leão de massa, sobre uma carreta de rolimã puxada por garotos e cercada de placas com os nomes das alas. Em seguida, um caramanchão de pau e arame, enfeitado com flores de papel crepom; depois, a porta-bandeira, na frente da ala das baianas. […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 12h38 - Publicado em 7 mar 2011, 15h58

Paulo Benjamim de Oliveira (Paulo da Portela), Heitor dos Prazeres, Gilberto Alves, Alcebíades Barcelos (Bide) e Armando Marçal caminham no bairro Engenho de Dentro

Felipe Moraes

“Na rua, abria o desfile o símbolo do bloco: um leão de massa, sobre uma carreta de rolimã puxada por garotos e cercada de placas com os nomes das alas. Em seguida, um caramanchão de pau e arame, enfeitado com flores de papel crepom; depois, a porta-bandeira, na frente da ala das baianas. Precedendo os bambas, todos vestidos com as cores do Deixa Falar. Não havia fantasia. Saíam como podiam: até com pijama e quimono, desde que fosse vermelho e branco. No final, a bateria. Quatro tenores criavam os improvisos entre os refrãos e a cadência era mantida pelo som do arrastado dos tamancos nas pedras ou no asfalto das ruas”.

Extraído de um documento reproduzido no livro “Samba de sambar do Estácio”, do pesquisador Humberto Franceshi (Editora IMS, 2010), o parágrafo acima, escrito na década de 20, descreve o bloco que se transformaria, muitos anos mais tarde, numa das principais escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro: a Estácio de Sá. Boa parte da base continua a mesma: ala das baianas, porta-bandeira e, claro, a bateria – coração que determina a pulsação e a cadência do desfile. Mas o improviso, que durante muito tempo foi inseparável dessa manifestação popular, acabou substituído pela rigidez das regras que determinam o desempenho – e garantem as vultosas cifras movimentadas nos desfiles atuais.

“Fundado em 12 de agosto”, conta outro texto da época, “o Deixa Falar reúne os melhores compositores do bairro: Edgar, Bide, Ismael, Brancura, Heitor dos Prazeres, Getúlio Marinho e Nilton Bastos”. Muitos desses nomes sobreviveram ao tempo e suas composições seguem animando os bailes de carnaval: “Se você jurar”, de Ismael Silva, “Pierrô apaixonado”, de Heitor dos Prazeres e Noel Rosa, e “Agora é cinza”, do Bide, são alguns exemplos.

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Se você jurar:

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Agora é cinza:

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Os domingos de carnaval, na Praça Onze, berço do samba e reduto da fina-flor da música popular (Donga, Pixinguinha, Sinhô e João da Baiana, entre outros), os desfiles traziam como enredo o samba que fizesse mais sucesso na Penha. Numa comparação arbitrária, é como se a Praça Onze fosse a Marquês de Sapucaí e a Penha correspondesse às quadras das escolas de samba. Era na Penha que grupos de compositores disputavam a preferência popular. Depois do desfile, a escola vencedora ganhava uma coroa, recebida pela porta bandeira, que baixava seu estandarte para ser condecorada.

Considerada a primeira escola de samba (na época bloco carnavalesco) do Brasil, o Deixa Falar reivindica: foi lá na região do Estácio que o samba-enredo nasceu.

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