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De onde vêm as palavras: A mentira tem as pernas curtas

Deonísio da Silva conta também por que a esperteza, quando é muita, vira bicho e come o dono

Por Branca Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 21h21 - Publicado em 13 nov 2016, 11h12

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pinoquio

O brasileiro é bonzinho. Fala com humor, raramente com raiva, dos grandes mentirosos. E adotou figuras e provérbios inocentes, como o do título, para falar de mentirosos que muitos prejuízos deram e dão ao povo.

Em outras culturas, a mentira é punida com mais rigor, inclusive na memória popular. Um dos grandes provérbios é: mendax et furax (mentiroso e ladrão), dá conta de que “quem mente, rouba”. E, em traduções diversas, espalhou-se por muitas línguas.

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Pinóquio deu cara (de pau) à mentira e é seu personagem-símbolo. A cada nova mentira, maior fica seu nariz. Pergunte ao Google, o oráculo de Delfos de nosso tempo, quais são os maiores mentirosos do mundo. Há números-símbolos para tudo: Sete Maravilhas do Mundo Antigo, Dez Pragas do Egito, Quatro Virtudes Cardeais, Sete Pecados Capitais etc. Mas o número dos Pinóquios, como o do Outro, é Legião.

Pinóquio é conhecido em todo o planeta, mas, à semelhança de Sherlock Holmes, poucos sabem quem é seu autor. Pois ele foi inventado por Carlo Collodi, pseudônimo do jornalista e escritor italiano Carlo Lorenzi, filho de um cozinheiro e de uma dona de casa. Bem-humorado e sarcástico, tinha grande interesse por temas políticos e por isso foi muito perseguido e censurado.

Em fins do século XIX, na mesma época em que Machado de Assis publicava Memórias Póstumas de Brás Cubas (em capítulos, na Revista Brasileira), Carlo Collodi publicava (também em capítulos, no Jornal para as Crianças), História de um Boneco, primeiro título de As Aventuras de Pinóquio.

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Todavia o provérbio é mais antigo. Veio originalmente do Grego e chegou a muitas línguas, inclusive ao Português, depois de uma escala no Italiano: le bugie hanno le gambe corte (as mentiras têm as pernas curtas).

O provérbio indica que as mentiras, como as de Pinóquio, logo são descobertas. Flagrado na primeira mentira, o mentiroso contumaz inventa a segunda, depois outra, mais outra, enfim dezenas, centenas, milhares. Mas outro ditado, vindo de Portugal, avisa: “a esperteza, quando é muita, vira bicho e come o dono”. Ela já devorou muitos brasileiros e está devorando outros mais. Pais e filhos, e maridos e mulheres já foram presos juntos. Há outros seguindo o mesmo caminho.

O brasileiro médio lê pouco e por isso guarda mais facilmente na memória frases e provérbios que tenham rimas ou versos curtos. Pois ele raramente leu o que repete. Ele apenas ouviu. Ou guardou na memória a ilustração que viu e se lembra da frase famosa. Pode ser uma foto ou um desenho. Ou uma cena da televisão, que faz do jornalismo atual um folhetim por cujos capítulos todos esperam ansiosamente. Até o desfecho.

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