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Condenação de Lula e denúncia contra Temer no centro do Roda Viva

Entre outros assuntos, a pauta incluiu a condenação do petista na Lava Jato e a apreciação pela Câmara dos crimes que Rodrigo Janot imputa ao presidente

Por Augusto Nunes Atualizado em 18 jul 2017, 21h27 - Publicado em 18 jul 2017, 17h08

A condenação do ex-presidente Lula e a denúncia contra o presidente Michel Temer estiveram no centro do Roda Viva temático desta segunda-feira. Participaram do debate José Nêumanne (editorialista do Estadão e comentarista da TV Gazeta e da Rádio Estadão), Reinaldo Azevedo (colunista da Folha e comentarista da RedeTV! e da BandNews), Thaméa Danelon (procuradora da República e coordenadora do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal em São Paulo) e Zeina Latif (economista-chefe da XP Investimentos). Com desenhos em tempo real do cartunista Paulo Caruso, o programa foi transmitido ao vivo pela TV Cultura. Confira alguns momentos do programa:

Sobre a condenação de Lula:

José Nêumanne

Esperava-se isso há bastante tempo. Afinal de contas, Lula instalou ─ conforme está sendo comprovado pelo belíssimo trabalho do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e da Justiça ─ o maior esquema de corrupção da história do Brasil. Durante todo esse tempo, nós temos convivido com um discurso absurdo de que o Lula está acima da lei pelo grande bem que ele fez ao povo brasileiro. A biografia do Lula vem sendo desconstruída.

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Reinaldo Azevedo

Classifico a sentença do juiz Moro como extremamente frágil. Há piruetas intelectuais inaceitáveis. A primeira se dá quando fica evidente que não há prova material de que o apartamento seja do Lula. Documentos indicando que o apartamento não pertence ao Lula não foram desqualificados pela Procuradoria. É triste dizer isso, porque acho o Lula um dos maiores mistificadores da história do Brasil.

Thaméa Danelon

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Essa sentença é muito emblemática. É possível dizer que há um Brasil antes da Lava Jato e outro após a operação, que veio com o intuito de limpar o país da corrupção. É uma sentença correta e justa, em que o doutor Moro comprovou sua imparcialidade. Mostrou ser um juiz firme e, ao mesmo tempo, sereno. Esperamos que a condenação seja mantida pelas instâncias superiores.

Zeina Latif

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Pela ótica do investidor, da economia, vimos a bolsa subindo e a cotação do dólar caindo quando a notícia da condenação foi revelada. O mercado financeiro reconhece a importância da agenda econômica do Lula, principalmente no primeiro mandato ─ uma agenda mais liberal, que deu continuidade à agenda macroeconômica do Fernando Henrique ─, mas vê a possibilidade de ele voltar como um retrocesso institucional. Um presidente sobre quem pairam tantas suspeitas não seria positivo para a economia.

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Sobre a denúncia contra Michel Temer:

José Nêumanne

Nessa história horrorosa da premiação excessiva ao senhor Joesley Batista, há dois sócios: os petistas Janot e Fachin. Os onze ministros do Supremo, erradamente, mantiveram Edson Fachin como relator do processo contra Temer, que não tem nada a ver com a Lava Jato. Houve um golpe dado pela esquerda, por Janot, que se refere a episódios em que Temer não pode ser incriminado, porque foram eventuais delitos cometidos antes de ele ser presidente. Para que o presidente seja defenestrado, o crime precisa ter ocorrido no exercício do mandato. Michel Temer não poderia receber Joesley, um bandido. Mas o discurso de Janot em Washington dá motivos para o impeachment do procurador.

Reinaldo Azevedo

Janot disse que teve náusea quando ouviu a fita do Joesley. Eu tenho náusea quando se grava um presidente dessa forma, numa operação com características de ato montado. Quando a conversa foi vazada para a imprensa, o que saiu foi que o presidente Temer teria dado anuência para a compra do silêncio de Eduardo Cunha. E isso, simplesmente, não está na gravação. A denúncia que o procurador-geral apresentou é outra denúncia sem evidências, baseada em ilações. O que liga Temer aos R$ 500 mil que estavam com Rodrigo Rocha Loures?

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Thaméa Danelon

A denúncia do procurador-geral não se baseou estritamente na gravação entre Temer e Joesley. O depoimento do colaborador e as imagens captadas pela Polícia Federal, inclusive as que mostram o deputado Rocha Loures em flagrante delito, embasaram a denúncia de corrupção passiva contra o presidente. Diante das provas de materialidade e indícios de autoria, havia elementos para oferecer uma denúncia criminal. O procurador-geral não pode se basear no melhor momento político, ele tem de agir conforme a lei. 

Zeina Latif

A denúncia contra o presidente dá a impressão de que todo o processo foi açodado, descuidado, com vazamentos à imprensa, a presença de Rodrigo Janot na mídia, os privilégios concedidos a Joesley. A forma como foi tudo ocorreu não foi positiva. Esse cuidado era essencial. Entendo que o sistema jurídico tem sua missão, mas faltou sensibilidade em relação ao momento da economia. A divulgação dos áudios ocorreu a duas semanas da votação da reforma da Previdência na Câmara. Por isso, provavelmente terminaremos o ano sem essa reforma essencial.

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