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Carla Zambelli, líder do Varre Brasil: ‘Ou param com a corrupção ou paramos o país’

Júlia Rodrigues Quem se torna uma figura conhecida por organizar um dos grupos mais ativos no combate à corrupção fica sujeito a mais desconfortos e incômodos do que se imagina. Carla Zambelli, líder do Varre Brasil, conhece alguns – começando pela exposição familiar e pela dupla jornada de atividades. Mas tem suficiente jogo de cintura […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 10h32 - Publicado em 7 out 2011, 12h57

Júlia Rodrigues

Quem se torna uma figura conhecida por organizar um dos grupos mais ativos no combate à corrupção fica sujeito a mais desconfortos e incômodos do que se imagina. Carla Zambelli, líder do Varre Brasil, conhece alguns – começando pela exposição familiar e pela dupla jornada de atividades. Mas tem suficiente jogo de cintura para administrá-los. “Precisei bloquear fotos e vídeos pessoais no meu Facebook, além de ter de ouvir meu namorado se queixar de que passo mais tempo nas manifestações do que com ele”, conta. “Trabalho pelo menos 44 horas semanais como gerente de projetos e, nas horas vagas, administro o movimento”.

Carla está convencida de que vale a pena. Além do Varre Brasil, ela também ajudou a fundar o NASRUAS. A seu lado, outros 50 voluntários garantem o entrosamento dos dez grupos de manifestantes que decidiram protestar unidos no dia 12 de outubro. São três as bandeiras comuns: fim do voto secreto no Congresso, adoção da lei da Ficha Limpa nas eleições de 2012 e inclusão da corrupção no rol dos crimes hediondos. Carla encara a terceira com ceticismo.  “O Congresso até pode aprovar, mas qual político será condenado?”, duvida.

Os organizadores esperam reunir pelo menos 5 mil pessoas na Avenida Paulista. Carla se anima com o crescimento das mobilizações também em outros pontos do país. “Em São José dos Campos e Vila Velha, tudo indica que será grande”, exemplifica. “Estão produzindo panfletos e camisetas para divulgar o evento. No Maranhão, onde apareceram apenas 12 pessoas no dia 7 de setembro, já são esperadas cem. Estamos crescendo”.

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A aversão a partidos e políticos é uma das mais fortes características dessa nova geração de descontentes. Segundo Carla, a possibilidade da fundação de um novo partido foi examinada, mas morreu no berço. “Não queremos que pareça que estamos fazendo autopromoção”, justifica. Os grupos nasceram da indignação de muitos brasileiros com a corrupção institucionalizada. Ela considera prematura a ideia de fechar a lente em determinados casos individuais. “A corrupção está instalada nos três Poderes e atinge todos os níveis de governo: federal, estadual e municipal”, afirma. Para Carla, o mensalão é mais um entre muitos escândalos. Por esses motivos, preferem concentrar-se em unanimidades nacionais. “Não podemos deixar que Paulo Maluf, José Dirceu, Antônio Palocci, José Sarney e Jaqueline Roriz fiquem impunes”, diz.

Ao contrário do ocorrido na década de 60 e no início dos anos 90, a maioria dos grupos não é formada por líderes estudantis, mas por homens e mulheres de 30 a 50 anos. “O que estamos fazendo deveria ser feito pelos estudantes”, registra. Aos 31 anos, mãe de um filho de três, decidiu assumir as rédeas do movimento por não se conformar com a apatia da juventude.

Publicamente, os políticos ignoraram os protestos de 7 de setembro. Mas há sinais evidentes de que eles temem o crescimento da ameaça. Dias depois do ato que reuniu cerca de 4 mil pessoas na Avenida Paulista, internautas com falsa identidade acessaram as páginas no Varre Brasil para espalhar a discórdia entre os militantes. “Descobrimos que os computadores usados para fazer essa picuinha eram do Congresso Nacional”, revela. Para os políticos que tentam enfraquecer o movimento, Carla manda um recado: “Não iremos desistir. Ou param com a corrupção ou paramos o país”.

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