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A idiotia no poder

Os idiotas estão por toda parte, avisou já no título o artigo aqui publicado em 21 de janeiro de 2011 e reproduzido na seção Vale Reprise.  Depois de registrar no parágrafo de abertura que foi Nelson Rodrigues o primeiro a detectar, numa crônica do fim dos anos 60, “a ascensão espantosa e fulminante do idiota”, […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 09h45 - Publicado em 16 jan 2012, 19h44

Os idiotas estão por toda parte, avisou já no título o artigo aqui publicado em 21 de janeiro de 2011 e reproduzido na seção Vale Reprise.  Depois de registrar no parágrafo de abertura que foi Nelson Rodrigues o primeiro a detectar, numa crônica do fim dos anos 60, “a ascensão espantosa e fulminante do idiota”, o texto trata do fenômeno que atingiu dimensões alarmantes no Brasil deste começo de século. No início do 9º ano da Era da Mediocridade, cretinos fundamentais que antes se limitavam a babar na gravata se intrometem em assuntos que ignoram sem constrangimentos nem inibições. A idiotia está no poder.

Em junho passado, no jantar em homenagem ao 80° aniversário do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ministro Nelson Jobim evocou a mesma crônica de Nelson Rodrigues para repetir a essência do post. “O cronista dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos”, discursou Jobim. “O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia”. Leitor da coluna, Jobim demorou seis meses para endossar o diagnóstico: a espécie em acelerada expansão está cada vez mais desenvolta e vai ganhando força no governo e na oposição, no Congresso, nos tribunais e na imprensa, na plateia que assiste à passagem do cortejo ou nos andores da procissão das nulidades.

Há exatamente um ano, ao fim de um passeio de helicóptero pela Região Serrana do Rio, Dilma Rousseff prometeu fazer o que Lula jurou ter feito em 2005, solidarizou-se com as famílias assassinadas pela incompetência do Planalto e do governo estadual e elogiou o comparsa Sérgio Cabral. O governador devolveu o elogio, agradeceu a Lula por oito anos de providências imaginárias e debitou o massacre premeditado na conta dos antecessores, de São Pedro, do imponderável e dos mortos.

Dois dias depois, ambos foram desmoralizados por Luiz Antonio Barreto de Castro, demissionário do cargo de secretário de Políticas e Programas do Ministério de Ciência e Tecnologia, durante uma audiência no Congresso. Ao lhe perguntarem que fim levaram as obras prometidas no verão anterior, o depoente encerrou a conversa fiada da dupla com seis palavras: “Falamos muito e não fizemos nada”. A oposição poderia ter usado a confissão de Barreto de Castro para interditar a reapresentação do espetáculo da inépcia da temporada de 2001. Preferiu fazer de conta que nem ouviu a frase. A idiotia é suprapartidária.

Mas há limites até para a cretinice, precisa aprender o governador Sérgio Cabral, que nesta segunda-feira voltou a comparar o que houve na Região Serrana com a passagem do furacão Katrina por New Orleans em 27 de agosto de 2005. Se Nova Friburgo fosse atingida por um furacão de categoria 5, nível máximo na escala de Saffir-Simpson, não sobraria ninguém para contar a história. Se New Orleans fosse castigada por uma chuva torrencial de 20 horas, só morreriam os que resolvessem suicidar-se por afogamento. A menos que o prefeito da cidade fosse Sérgio Cabral. Quem confunde temporal com furacão não precisa de mais que uma bomba de fabricação caseira para produzir outra Hiroshima.

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