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A crise política esteve no centro do Roda Viva desta segunda

A bancada reuniu cinco debatedores que analisaram as perspectivas do país neste momento de instabilidade política e econômica

Por Augusto Nunes 23 Maio 2017, 18h03

O Roda Viva temático desta segunda-feira debateu a crise política agravada pela divulgação das denúncias feitas por Joesley e Wesley Batista, que garantiram aos donos da JBS o controvertido acordo de delação premiada celebrado com o procurador-geral Rodrigo Janot e homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin. Entre outros assuntos, a pauta incluiu as chances de sobrevivência do presidente Michel Temer, os caminhos a percorrer caso seja consumada a vacância do cargo, os efeitos das turbulências de maio sobre o quadro econômico, os benefícios concedidos aos delatores, dois corruptos confessos, as acusações que envolvem Lula, Dilma Rousseff, Aécio Neves e Guido Mantega e os caminhos que podem levar o Brasil a uma situação de normalidade político-econômica.

Participaram do debate Luiz Felipe D’Avila (cientista político e diretor-presidente do Centro de Liderança Pública), Modesto Carvalhosa (jurista), Oscar Vilhena (professor de Direito Constitucional da Fundação Getúlio Vargas), Rogério Chequer (líder do Movimento Vem pra Rua) e Zeina Latif (economista-chefe da XP Investimentos). Confira trechos do programa:

Luiz Felipe D’Avila

“A aprovação das reformas é o que colocará o Brasil nos trilhos e mudará completamente o humor da economia. A permanência do Temer pode até favorecer a aprovação delas, mas as reformas não estão nas mãos do presidente, mas nas do Congresso. A crise será resolvida no Legislativo, não no Executivo ou no Judiciário”.

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“Neste último ano, o Brasil fez o maior avanço na aprovação das reformas: aprovou a PEC dos gastos, a PEC da educação, começou a sanear o BNDES. Acho importante não falarmos só de pessoas, precisamos pensar em como as instituições funcionam. Se o papa Francisco for eleito presidente do Brasil neste momento, ele terá que lidar com este Congresso, com esses parlamentares. Portanto, só a reputação ilibada não vai garantir que essa pessoa conseguirá fazer a agenda andar”.

 

Modesto Carvalhosa

“Michel Temer perdeu os requisitos fundamentais para o exercício da Presidência da República. Ele cometeu os crimes de responsabilidade e de obstrução de Justiça. Temer reconheceu que conversou com Joesley Batista e que ouviu todos os crimes relatados por ele. Ninguém relata um crime a quem não tem interesse naquele relato e é nítido que o Temer estava interessado. Um presidente sem ilibada reputação não tem como se manter”.

“O Congresso Nacional tem uma maioria de bandidos. Ele se transformou numa organização criminosa. O ministro Fachin deveria estender para todos os investigados a suspensão dos mandatos, assim como fez com Aécio Neves. Não tem a menor condição de Rodrigo Maia ou Eunício Oliveira assumirem a Presidência da República. Eles deveriam ter um gesto de grandeza e renunciar ao exercício do cargo para que a Carmen Lúcia pudesse conduzir essa eleição”.

 

Oscar Vilhena

“A única coisa positiva que vi com essa nova crise é o fato de que a sociedade civil, que se mostrou muito polarizada nos últimos anos, teve uma nova oportunidade de enxergar o outro. A ideia de que a corrupção é um monopólio da esquerda foi por água abaixo, assim como a crença de que a Lava Jato perseguia um partido”.

“Do ponto de vista político, deveríamos aprovar as reformas eleitorais que nos permitiriam eleger um Congresso muito mais qualificado em 2018. É fundamental acabar com as coligações e aprovar a cláusula de barreira”.

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“A delação premiada não pode ser um incentivo ao corrupto. O crime não pode compensar. No caso dos irmãos Batista, a sensação que temos é que, quanto maior foi a escalada deles no mundo do crime, maior foi a redução da punição”.

 

 Rogério Chequer

“Michel Temer não permanecerá no governo, porque o Brasil mudou. Talvez isso fosse admissível um ou dois anos atrás, mas não é mais. Nesse novo Brasil não existe espaço para um presidente ter este tipo de conversa com um criminoso. Houve uma violação da moralidade administrativa. Como ainda não estamos no Brasil honesto, é difícil saber onde nos localizamos nessa linha, mas já não vivemos no Brasil onde o crime compensa”.

“Aprovar neste momento a PEC das diretas é um absurdo. É um projeto extremamente oportunista. Se anteciparmos as eleições — sendo que mesmo as eleições indiretas precisam ser regulamentadas — isso tirará a atenção da Lava Jato, de Lula, da importância de se aprovar o fim do Foro Privilegiado e as 10 medidas anticorrupção”.

 

Zeina Latif

“Vivemos hoje uma luta entre o Brasil moderno e o Brasil antigo. Um Estado gigantesco, que intervém excessivamente na economia e é bastante autoritário economicamente favorece esse ambiente de corrupção. O que vamos fazer para este novo Brasil avançar? Precisamos de um Estado mais enxuto, com mais zelo pela coisa pública. Um país que cuide dos pobres, não de empresários. Vivemos hoje um vácuo de poder. Esse desfecho precisa ser rápido, porque será um erro histórico se deixarmos escapar essa agenda econômica. Essa deve ser a principal responsabilidade de todas as lideranças com o país”.

“É injusto dizer que a proposta de reforma da previdência não avançou no sentido de buscar uma maior isonomia. As concessões que estão sendo feitas são causadas justamente pela dificuldade que a população tem de entender as reformas. Ainda que ela tenha defeitos, o cenário alternativo, sem sua aprovação, é simplesmente horroroso”.

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