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‘Suicídio político’, de Fernando Tibúrcio Peña

Publicado no Globo FERNANDO TIBÚRCIO PEÑA A surreal coletiva de imprensa do Alto Comando Político da Revolução, quarta-feira em Caracas, mostrou o lado frágil da ditadura venezuelana. O regime, acuado, está com medo. Não é preciso ser um especialista em análise do discurso para enxergar o que está escrito nas entrelinhas. A estratégia desesperada de acusar […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 03h44 - Publicado em 3 jun 2014, 19h56

Publicado no Globo

FERNANDO TIBÚRCIO PEÑA

A surreal coletiva de imprensa do Alto Comando Político da Revolução, quarta-feira em Caracas, mostrou o lado frágil da ditadura venezuelana. O regime, acuado, está com medo.

Não é preciso ser um especialista em análise do discurso para enxergar o que está escrito nas entrelinhas. A estratégia desesperada de acusar a deputada María Corina Machado de conspirar para assassinar o presidente Nicolás Maduro é um claro sinal de que o cisne vermelho da ditadura venezuelana está morrendo. Os grasnados psicóticos do psiquiatra Jorge Rodríguez são o seu canto derradeiro.

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As últimas palavras podem parecer contaminadas pelo extremismo daqueles aos quais são dirigidas, mas são precisas. Quem viu o indisfarçável e cínico sorriso no rosto do homem que já foi vice-presidente da Venezuela, no momento em que este ameaçou tornar públicas informações sobre personalidades da oposição — “em outro horário”, quando as crianças não estejam assistindo à televisão —, não pôde deixar de compará-lo ao eterno diretor do FBI John Edgar Hoover e à sua compulsão por investigar a vida sexual dos que que não comungavam da sua ideologia anticomunista (em outras palavras, os comunistas e os que ele queria que fossem comunistas).

E quem está familiarizado com a escrita de María Corina sabe que ela não é a autora dos e-mails divulgados no show midiático do Teatro Nacional. A questão é irrelevante, no entanto. O que está em jogo é que o governo Maduro confessou publicamente que espionou e continua espionando a oposição. Por algo parecido, mas sem violência, o presidente americano Richard Nixon foi forçado a renunciar.

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No Brasil, no começo da década de 90, milhões de pessoas exigiram a renúncia do presidente Fernando Collor de Mello. Conseguiram. Os estudantes brasileiros se recusaram a atender a um pedido de socorro do próprio presidente, um chamado para que saíssem às ruas vestidos de verde e amarelo. Preferiram sair de preto, com as caras, sim, pintadas com as cores do Brasil, e essa atitude representou o ponto de inflexão para um governo que vinha devastando o país economicamente. Estou certo de que a farsa montada da quarta-feira, assim como aconteceu no Brasil, será respondida nas ruas com milhões exigindo a renúncia de Nicolás Maduro.

Ao repetir inúmeras vezes que os e-mails dos oposicionistas provinham de uma investigação judicial, talvez no intento matreiro de justificar a maneira ilegal com que foram obtidos, o prefeito de Libertador cometeu um segundo pecado: confessou que a Justiça está nas mãos do governo. Com isso feriu de morte o presidente Nicolás Maduro. Então, se há algum magnicida nessa história, o nome dele é Jorge Rodríguez.

Pensando bem, talvez seja melhor colocar as coisas de outra maneira: o circo montado pelo Alto Comando Político da Revolução não provou aos venezuelanos que o magnicídio do presidente estava sendo tramado por María Corina Machado. Provou, sim, que o presidente Nicolás Maduro cometeu suicídio político.

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