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‘As chances de ser uma CPI verdadeira’

EDITORIAL PUBLICADO NO GLOBO DESTA SEXTA-FEIRA Consideradas um instrumento da minoria, as comissões parlamentares de inquérito, demonstra a já longa experiência brasileira no ramo, costumam ser instaladas sob controle cerrado da maioria. Se as rédeas palacianas serão sempre firmes, vai depender das revelações. Munição de alto poder de destruição na luta político-partidária, CPI tanto pode dar […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 08h56 - Publicado em 4 Maio 2012, 17h17

EDITORIAL PUBLICADO NO GLOBO DESTA SEXTA-FEIRA

Consideradas um instrumento da minoria, as comissões parlamentares de inquérito, demonstra a já longa experiência brasileira no ramo, costumam ser instaladas sob controle cerrado da maioria. Se as rédeas palacianas serão sempre firmes, vai depender das revelações. Munição de alto poder de destruição na luta político-partidária, CPI tanto pode dar contribuições efetivas a aperfeiçoamentos para evitar os problemas que justificaram sua criação, como corre o risco de nada fazer, paralisada pelos interesses do governo.

A CPI do Cachoeira, cujo plano de trabalho para os 180 dias de funcionamento foi apresentado quarta-feira, precisará esquivar-se de muitos interesses para poder de fato ser uma radiografia fiel, e identificar os respectivos responsáveis, do avanço do grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira em delinquências de colarinho branco para muito além das fronteiras do estado de Goiás. O crucial é que a comissão aproveite o vasto material levantado por operações da PF em torno do grupo do Cachoeira, para mapear a infiltração do crime organizado nos poderes da República. A CPI precisa aproveitar a vantagem de pouco ou nada ter de investigar, pois tudo parece já ter sido levantado.

Ela começa com os interesses de varejo de sempre. Há tentativas de acerto de contas pessoais de políticos com veículos de imprensa, pressões sobre a mídia profissional por motivos ideológicos, brigas políticas regionais, oposição em choque com situação em ano eleitoral etc. O fato de a base parlamentar do governo ser fluída, mudar de consistência em função da agenda do momento, pode ajudar a CPI a ir adiante no levantamento das articulações de Cachoeira, ajudado, entre outros, pelo seu representante VIP em Brasília, o senador Demóstenes Torres, ex-DEM.

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O relator da comissão, Odair Cunha (PT-MG), já não conseguiu teleguiar a agenda de trabalho. Se dependesse dele, seria tratada apenas a atuação de Cachoeira no Centro-Oeste. Dessa forma, poderia ficar de fora um tema importante: a forma de a empreiteira Delta, ligada ao bicheiro, agir dentro do PAC, no qual é a maior dona de contratos. Ou era até surgir o escândalo.

A área de atuação do grupo goiano é muito ampla, demonstram os constantes vazamentos de grampos legais feitos pela PF. Tudo gira em torno de negócios de interesse do bicheiro. Há de manobras para a aprovação do jogo à disputa de concorrências públicas, até mesmo com o encaminhamento de demandas junto ao Poder Judiciário e MP. Os subterrâneos financeiros da política parecem estar presentes o tempo todo.

A CPI do Cachoeira reúne ingredientes que a tornam, em potencial, a mais abrangente de todas as já realizadas. A dos Anões jogou luz nos esquemas no Congresso de manipulação do Orçamento; a do PC/Collor serviu para fundamentar o histórico impeachment do atual senador com assento na CPI; e duas outras (Mensalão/Correios) ajudaram a embasar o encaminhamento do processo do mensalão ao STF pelo MP, o maior esquema de corrupção de compra de apoio parlamentar, efetuado pelo PT, de que se tem notícia. Caso a CPI escape da armadilha de ser apenas instrumento de guerra política, há chance de dar grande impulso à faxina na vida pública. A Lei da Ficha Limpa terá sido apenas o início.

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