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Por Filipe Vilicic
Crônicas do mundo tecnológico e ultraconectado de hoje. Por Filipe Vilicic, autor de 'O Clube dos Youtubers' e de 'O Clique de 1 Bilhão de Dólares'.
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O Facebook não permite mais que usuários bloqueiem anúncios no site. E o que você tem a ver com isso?

Hoje, o Facebook adotou uma postura que pode ser tida por muitos de seus usuários como uma afronta. A rede social reconfigurou sua versão para desktops para que as pessoas não consigam mais utilizar de softwares que bloqueiam anúncios para navegar pela timeline sem ver publicidade. Estima-se que 200 milhões de indivíduos online, em todo […]

Por Filipe Vilicic Atualizado em 30 jul 2020, 22h08 - Publicado em 9 ago 2016, 18h00

Hoje, o Facebook adotou uma postura que pode ser tida por muitos de seus usuários como uma afronta. A rede social reconfigurou sua versão para desktops para que as pessoas não consigam mais utilizar de softwares que bloqueiam anúncios para navegar pela timeline sem ver publicidade. Estima-se que 200 milhões de indivíduos online, em todo o planeta (ou o equivalente à população brasileira), tenham instalado programas do tipo em seus navegadores. Em smartphones, o contingente de revoltados com anúncios se multiplica: 420 milhões, ou um em cada cinco donos desses dispositivos. Em porcentagem, a adoção dessas ferramentas de bloqueio costuma ser ainda maior em países pobres, como os africanos e os da América do Sul.

Quem defende o uso dos bloqueadores justifica que com esses recursos é possível realizar uma curadoria do que se vê na internet. Em resumo: “poxa, se não quero ver publicidade, por que devo ver?”. A resposta: porque você não paga para entrar no Facebook.

Na era do digital, dos millennials, tornou-se comum o senso de que tudo tem de ser de graça e de que lucrar é algo “ruim”. Em uma conversa recente que tive com um renomado youtuber (conservo aqui o nome para preservá-lo junto aos seus fãs), ele cravou: “parece que os jovens de hoje acham que dinheiro cai do céu”. Ao que ele se referia? Aos que assistem ao seu canal no YouTube, mas se irritam quando aparece um anúncio, ou quando ele mesmo faz um “merchan”. Ele acrescentou, no papo, informal: “pô, a garotada, pega um conteúdo de qualidade, que custa para ser produzido, mas oferecido de graça, e ainda não quer que a gente dê um jeito de faturar com isso?”.

Pois os bloqueadores de anúncios estavam se tornando um risco tremendo para a indústria. Segundo um estudo realizado pela consultoria PageFair, os prejuízos decorrentes do uso desses softwares chegaram aos 22 bilhões de dólares em 2015. Ou 41% a mais do que foi em 2014. Ok, afeta o bolso das empresas, como o Facebook. Só que como isso é maléfico aos usuários?

Ocorre que, se uma companhia não consegue se sustentar, por não poder lucrar com aquilo que lhe dá lucro, pode acabar por: 1. Ter menos recursos e, portanto, diminuir seu ritmo de inovação (logo, adeus novidades para quem utiliza o serviço) 2. Passar a cobrar pelos seus serviços (Facebook pago – algo que, convenhamos, não ocorrerá? Aposto que a maioria prefere que seja de graça, mas com anúncios) 3. No extremo, falir. Ou seja, seria um tchau praqueles sites que tanto gostamos.

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Por fim, os bloqueadores ainda se configuram, sim, como uma agressão ao contrato estabelecido entre usuários e sites – tanto o formal, aquele que ninguém lê, mas com o qual todos concordam, que aparece antes de qualquer cadastro em redes sociais; quanto ao informal, no qual se estabelece algo como “vocês não desembolsam para entrar, mas podemos utilizar seus dados para atrair anunciantes”.

Aos adeptos dos bloqueadores, entretanto, ainda há duas soluções. Tratando-se do Facebook, junto à novidade se criou um novo recurso para os perfis, no qual é possível peneirar a publicidade que aparece para cada um. A companhia também promete investir para que os anúncios passem a ser mais interessantes, instigantes, e, logo, agradáveis. Agora, falando de todos os sites, e das redes sociais, não só do Facebook, essa é a mensagem: “Não gostou? Delete seu perfil, ué.”

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