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Por Filipe Vilicic
Crônicas do mundo tecnológico e ultraconectado de hoje. Por Filipe Vilicic, autor de 'O Clube dos Youtubers' e de 'O Clique de 1 Bilhão de Dólares'.
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Detalhes da vinda dos primeiros carros Tesla para o Brasil

O ambicioso projeto do brasileiro Luciano Di Claro, sócio da empresa americana Elektra, ainda inclui outras iniciativas no ramo da energia sustentável

Por Filipe Vilicic Atualizado em 30 jul 2020, 21h15 - Publicado em 25 nov 2016, 18h27

Conversei com o brasileiro Luciano Di Claro, sócio da empresa americana Elektra, sediada em Miami, sobre um ambicioso projeto dele: trazer carros elétricos da marca Tesla, do genial empreendedor sul-africano Elon Musk, para o Brasil. O primeiro passo já foi dado. Ele conseguiu o direito de representar a marca no país (após a repercussão deste post, a americana Tesla enviou e-mail destacando que a Elektra faz a revenda, sim, mas sem exclusividade; como em nenhum ponto do texto se falava o contrário, fica a pergunta “será que vem concorrência por aí, já?”), garantiu a venda de seis unidades do modelo de luxo Model S (a 780 mil reais cada) e passará a comercializar em uma loja na Avenida Europa, em São Paulo. Para o ano que vem, ainda está certo que importará também o SUV da Tesla, o Model X, a preço similar do sedã que já começou a distribuir. E Di Claro ainda pretende revender, em 2017, o mais popular Model 3 – aqui, porém, não será um “popular”, pois custará em torno de 200 mil reais.

“Os preços podem assustar, mas há muito mercado para isso”, analisou Di Claro. “Pense que existem em torno de 4 000 unidades de Porsche Cayenne Turbo, vendido a preço similar do nosso Model S, no Brasil. Além disso, o Model 3 deve competir com veículos que vendem bem, no patamar de dezenas de milhares, a exemplo da BMW 5”. O executivo, que vive em Miami e abriu a Elektra há dois anos com o americano Jacob Gitman, também aposta que, mesmo os modelos sendo totalmente elétricos, eles serão queridos por brasileiros ricos que já possuem outros automóveis de luxo e querem um Tesla pela tecnologia inovadora embutida nele.

Luciano Di Claro, CEO da Elektra, em frente a um Tesla Model S
Luciano Di Claro, CEO da Elektra, em frente a um Tesla Model S, do tipo que já passará a vender no Brasil

Para quem entra no Tesla, parece como foi, em 2007, a experiência de segurar na mão um iPhone, pela primeira vez, depois de anos com os celulares comuns. Um Tesla Model S conta com um painel que mais parece um iPad, de tantas funções disponíveis. Ele atinge 240 quilômetros por hora e vai de zero a 100 em apenas 4,5 segundos – quando se pisa fundo no acelerador, parece que se ligou uma turbina de avião e o corpo é grudado no banco de couro (proveniente de vacas criadas na Califórnia, sede da Tesla). A bateria elétrica tem autonomia de 435 quilômetros e pode ser carregada em casa. “Mesmo que existam poucos postos de abastecimento do tipo em São Paulo, é possível ter um veículo elétrico na cidade, com tranquilidade”, garantiu Di Claro. “Em Miami, sou dono de um Model X e praticamente nunca o carrego na rua. O comum é abastecê-lo de energia em casa, usando uma tomada comum ou uma bateria especial.”

A chegada de carros Tesla salta aos olhos. Contudo, o que mais desperta atenção na Elektra de Di Claro são seus projetos paralelos. “Os carros serão nossa bandeira, para chegarmos causando no mercado”, apontou o executivo. “Entretanto, temos muitos outros planos ambiciosos”. Um deles já está em curso: a venda de scooters elétricas que levam a marca da Elektra. “Mais para frente, ainda temos uma meta, que já está no momento de captação de investimentos, de montar uma fábrica em território brasileiro para a construção dos primeiros carros elétricos realmente de preços populares para o mercado nacional”, acrescentou Di Claro.

scooter elétrico Elektra
As scooters elétricas da marca

A empresa ainda é dona de patentes que lhe permite comercializar diversos tipos de produtos relacionadas a energia sustentável. Um deles é a Rain Machine, uma máquina capaz de, a partir da ionização de um ar de umidade relativa de ao menos 30%, aumentar em até 400% as chuvas de uma região. “Tecnologias do tipo já são testadas, com sucesso, em países secos como Israel”, apontou Di Claro. “Aqui, pensamos em aplicá-la no Nordeste e no Norte, com o intuito de incentivar o plantio em fazendas mesmo em períodos áridos”. Outra inovação que a companhia americana pretende trazer ao Brasil é o SLE Single Wire, um transmissor de energia de fio único que consegue substituir, na estrutura de indústrias como a da telecomunicação, até três cabos regulares com maior eficiência e economia.

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Os investimentos em soluções energéticas sustentáveis se prova urgente numa época na qual estão em voga as necessárias preocupações ambientalistas, como em relação a como mitigar os efeitos das mudanças climáticas causadas pela atividade humana. Tenha-se como exemplo o projeto do governo alemão de banir do país, por completo, o uso de carros movidos a combustão (como os a gasolina e diesel) até 2030. Ou seja, na Alemanha, em pouquíssimo tempo, só poderão circular veículos similares ao da Tesla.

O triste, entretanto, é notar que essas tecnologias têm desembarcado no Brasil, mesmo que eventualmente pela mão de brasileiros, a partir de investimentos estrangeiros. Como os da Elektra, sediada em Miami. Isso porque, o mercado nacional parece não incentivar esse tipo de empreendedorismo – ao menos não tanto quanto se deveria.

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