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Por Filipe Vilicic
Crônicas do mundo tecnológico e ultraconectado de hoje. Por Filipe Vilicic, autor de 'O Clube dos Youtubers' e de 'O Clique de 1 Bilhão de Dólares'.
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A vida dos jogadores profissionais de videogame

Ainda está nas bancas a reportagem que apurei e escrevi, em parceria com o repórter Kalleo Coura, sobre a ascensão dos gamers profissionais. São jogadores que ganham salários de alto-executivo, disputam prêmios de milhões de dólares e seguem uma rotina dura de treinamento, digna de atletas de alto-rendimento (leia nesse link). Este post aborda esse […]

Por Filipe Vilicic Atualizado em 30 jul 2020, 22h44 - Publicado em 13 Maio 2016, 10h00

Ainda está nas bancas a reportagem que apurei e escrevi, em parceria com o repórter Kalleo Coura, sobre a ascensão dos gamers profissionais. São jogadores que ganham salários de alto-executivo, disputam prêmios de milhões de dólares e seguem uma rotina dura de treinamento, digna de atletas de alto-rendimento (leia nesse link). Este post aborda esse último ponto, como é o dia-a-dia das equipes de e-sports, os esportes eletrônicos – em outras palavras, videogame.

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Gabriel Bohm, o Kami, craque de League of Legends da equipe Pain: rotina (puxada) digna de um gamer de altíssimo nível

Antes de tudo, admito: envolvi-me com essa reportagem ainda mais por ser um gamer. Jogo desde criança, quando brincava no Atari de meu pai – adorava Pitfall!. Depois, veio o computador. No qual eu curtia, em especial, Diablo, Warcraft e Counter Strike (esses dois últimos me levaram a cabular aulas no colégio para disputar campeonatos amadores em lan houses). Passei por Mega Drive, Nintendinho, Playstation, Xbox… não me recordo de um console de primeiro time que eu não tenha experimentado. Aliás, já joguei até Polystation. Hoje, sou adepto de vários títulos, online ou não, como Call of Duty, Civilization V e tudo quanto é tipo de RPG (The Witcher, Dragon Age…).

Por que essa apresentação? Para explicar o quanto me mexeu entrar em uma mansão cheia de gamers de alto-calibre, da equipe brasileira Pain, em São Paulo, para observar um pouco da rotina do time. A começar, admirou-me como a “alma gamer” continua presente. Os atletas, em seus 20 e poucos anos, chegam a contar com 30 000 reais de renda mensal. Incrível, não? Porém, isso em nada parece ter afetado o que faz deles gamers (aos que, até aqui, não sacaram o significado desse termo – jogadores assíduos de videogame).

Eles dormem tarde e levantam por volta das 11h, nos típicos horários de um aficionado por games. Costumam malhar em uma academia próxima (uma obrigação do contrato com a Pain). Depois, almoçam, em cardápio pré-estabelecido por uma nutricionista. Após isso, começa a diversão – ou o trabalho, a depender de como se vê (vale lembrar: em inglês, a palavra play tem tanto o sentido de brincar, quanto de jogar).

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Sentados em computadores de altíssimo nível, em cadeiras desenhadas para quem joga continuamente (com alto-falantes no encosto), e munidos de teclados top de linha, mouses idem e outros equipamentos de dar inveja a qualquer fã do gênero, eles passam quase 8 horas treinando. Parte do tempo, jogam, para valer, aprimorando táticas. A maioria dos atletas presentes era de League of Legends, o LoL, popular título de estratégia cujas competições reúnem dezenas de milhares na plateia, centenas de milhares vendo na TV (e até em cinemas), e concedem butins de milhões de dólares. Em outros momentos, se reúnem na sala para assistir a partidas de futuros rivais nas competições. Quando cansam, andam, se alongam, ou se jogam no sofá para descansar um pouco.

(Quando visitei a mansão nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, na qual moram boa parte dos atletas da Pain (e, outros, se reúnem), o astro Gabriel Bohm, o Kami, um dos melhores jogadores de LoL do planeta, estava dormindo em um sofá, coberto. Gripado, foi colocado em repouso. Logo depois, levantou, sentou, tomou uma sopa, e se preparou para treinar.)

O que eles fazem após a rotina de treinos, que acaba lá pelas 8 da noite? Muitos, jogam videogame – às vezes, outros títulos, como os de tiro. Em alguns dias, gravam vídeos para o YouTube, ou promovem sessões de bate-papo com fãs.

Sim, como disse lá acima, é a “alma gamer”. Os caras respiram isso. Quando vão dormir, dividem beliches em três dormitórios. Sim, são atletas de e-sport bem pagos que preferem passar a noite nos mesmos quartos. Motivo: pela madrugada, costumam continuar a conversa sobre… sim, videogames.

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Nos varais de roupa espalhados pela casa, não se vê camisetas, calças e jaquetas de marcas caras. No estacionamento, nada de carrões. De fim de semana, a curtição não é balada. Eles costumam viajar juntos, ou ir a bares frequentados por gente que também curte game – ou, ainda, a festinhas que chamam de “indie”. Não são de beber, nem de gandaiar. Aliás, na casa é proibido trazer namoradinhas de uma noite, bebidas alcoólicas e, muito menos, drogas ilícitas.

Como em todo esporte, os atletas só costumam se manter lá no topo se vivem no estilo adequado à sua categoria. Com o e-sport, não é diferente. Eles são gamers. Tudo indica que não deixarão de ser. Sem se afetarem pelas centenas de milhares de fãs que os seguem em redes sociais, ou pela conta bancária cada vez mais gorda. Da cabeça, não tiram a paixão pelo videogame.

A mim, coube sair daquele ambiente com o que se chama de “inveja boa”. Melhor, curtição, pura. Curti ter visto a rotina desses garotos. Curti saber que o meu passatempo preferido desde a infância hoje virou “coisa séria”.

Para acompanhar este blog, siga-me no Twitter, em @FilipeVilicic, e no Facebook.

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